Uma Inovadora Ficção Ambiental:
Um mistério e uma profecia enigmática abalam
uma harmoniosa civilização. Dois jovens são
chamados a empreender uma corajosa jornada: salvar um Império governado por
“mãos verdes”, da ganância desenfreada. Nesse cenário e em meio às
inquietações da adolescência, eles fazem uma viagem de descobertas e se
envolvem em uma trama de suspense, segredos e reviravoltas, tendo como
cúmplice, a própria natureza.
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1ª Edição: 2010 |
Hoje as questões ambientais deixaram de ser pensadas somente do ponto de
vista ecológico e passaram a ser tratadas de forma interdisciplinar – no âmbito
econômico, político, social etc. O livro traz ao leitor essa visão
sistêmica, tratando-a com uma abordagem ficcional inovadora, na qual os
espécimes botânicos foram transmutados nos próprios personagens da historia e a
natureza é a principal protagonista.
EXCERTO DAS NOTAS DA AUTORA:
"O livro traz como pano de fundo a discussão sobre a
questão ambiental, mas através da ficção e de analogias, sobrepõe em camadas os
elementos que permeiam os alicerces das decisões políticas globais, como o questionamento de valores na governança mundial, as necessidades e
intenções que lastreiam as políticas públicas, os acordos internacionais e os
interesses econômicos. Os protagonistas transitam pela trama,
entre esse macrocosmo e um microcosmo que os rodeia, envolvidos com situações
de onde se extraem inquietações da adolescência, como a construção da
identidade, a descoberta da vocação profissional, o desejo de afirmação e as
contingências do relacionamento entre gerações. Ao passo em que se desdobra a polêmica ambiental, um corpo de personagens circunda os jovens protagonistas e por meio deles o leitor poderá também
refletir sobre dicotomias como lealdade ou traição, perseverança ou obstinação,
coletividade ou individualidade (...) entre outras. As vivências foram temperadas
também pela expressão de sentimentos, ao trazer reflexões sobre ações e
relações passadas e presentes dos personagens e sobre os seus reflexos no
futuro."
TRECHOS DO LIVRO:
“O vento cantava nos ouvidos uma melodia que se
harmonizava com o calor trazido pelos raios de sol. Ébanus falava aos soldados
na área de treinamento, mas sua mente flutuava longe dali. Sabia que em algum
lugar de Bothânicus estava Bromélia e se perguntava como iria reagir se a
visse.
Tinha o peito apertado e não gostava se sentir
assim. Era um homem de ação. Não podia deixar se dominar pelos sentimentos e
aquela história toda de seu passado o estava tirando de seu eixo (...) Percebeu que não conseguia respirar, e sua
cabeça doía fortemente. Saiu dali se afastando por entre as árvores. Caminhou
sem direção por cerca de quinze minutos e sentou sob uma frondosa quaresmeira,
como querendo encontrar um oásis para sua mente conturbada.
Fechou os olhos por uns instantes e se sentiu
atordoar.
Uma suave névoa branca deturpava vagamente a
paisagem e lhe dava conforto. Como em um estado de torpor, viu Bromélia ao
longe parada à frente de um pequeno lago. Ela olhava a imensidão do Vale e
permanecia imóvel, absorta naquele cenário. Somente o movimento do vento sob
suas vestes dava vida àquela miragem.
Sentiu seu estomago encolher. Recordou a
perfeição de seus traços... o perfume de sua pele... Pensou em voltar dali. Levantou-se
abruptamente e nesse instante percebeu que não havia sonhado. Ela se mostrava ainda mais bela. O vento agitava
seus cabelos, e ela caminhava sem pressa, como se quisesse retardar o momento
em que se encontrariam... Como se estivesse receosa da reação que ele teria...
A imagem de Bromélia se assemelhava à visão de
uma pintura. As folhas levadas pelo vento passavam à frente de seu rosto e
misturavam-se à névoa branca como leves toques de tinta tingindo uma tela
impressionista.
Por intermináveis segundos Ébanus padecia e ao
mesmo tempo se extasiava como em um delírio...”*
“...- Contam que quando descobriram
estas terras, bem antes da criação do Império, elas eram habitadas por índios
que viviam em paz com a natureza. Até que com a chegada da civilização,
exploradores começaram a invadir as matas nativas e a destruir parte delas sem
qualquer preocupação. Os indígenas acreditavam que havia um tigre que protegia
estas terras, que tudo via e tudo sabia. Nessa ocasião alguns exploradores
começaram a desaparecer, e os índios diziam que o tigre estava sumindo com os
invasores. Mas a civilização avançava e ninguém dava ouvido a essa antiga
lenda.
- Não eram os índios que sumiam com
os exploradores?
-
Não. Os índios eram pacíficos. E todos achavam que
os exploradores haviam se perdido ou morrido de doenças tropicais pela
floresta. Foi então que numa tarde, uma caravana chegou à parte mais protegida
das matas. Além das aldeias indígenas. Começaram logo a cortar árvores para
construírem cabanas. Era uma bela tarde de verão e o sol brilhava com força em
um lindo céu azul. E, de repente, o tigre apareceu. Dizem que ele atacou com
uma fúria tão grande que ninguém mais da caravana foi visto. Junto com o tigre
surgiram nuvens carregadas que logo se transformaram em chuva, mas quando as
gotas caíram do céu e cruzaram os raios de sol, algo estranho aconteceu. Ao
invés de se formar um arco-íris, o céu foi coberto por riscos laranjas e
pretos, como um sinal da presença onisciente do vigilante.“
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"O Império de Antúrius era um dos mais respeitados no mundo de Magma. Tinha a tradição de ter um povo pacífico – liderado por governantes sábios – que durante séculos soube se desenvolver preservando suas riquezas. Era afortunado por possuir terras profícuas, de onde se extraía grande variedade de minérios e onde se encontrava a maior biodiversidade de espécies animais e vegetais de Magma. Seu território, geograficamente favorecido, reunia ricos biomas que continham todo o necessário para a sobrevivência e o desenvolvimento do povo.
Seus governantes eram exemplos para outros reinos e impérios em Magma, pois conseguiram construir uma equação bem montada entre o processo de desenvolvimento local, a preservação dos seus preciosos recursos, o uso da ciência e da tecnologia e os interesses políticos e comerciais do Império...
Contudo, há pouco mais de uma década, a tristeza se abateu sobre todos. O desaparecimento da amada imperatriz Valeriana durante o solstício de inverno foi algo inexplicável! Aos vinte e nove anos Valeriana ocupou o trono imperial em virtude da morte de seu pai – o já viúvo imperador Salix Alba – mas governou apenas por três anos, até a data do fatídico solstício. Sem esperanças depois de longas buscas, o povo desolado precisava de um novo governante..."*
(*pequenos trechos foram retirados por conter spoilers)
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"O Império de Antúrius era um dos mais respeitados no mundo de Magma. Tinha a tradição de ter um povo pacífico – liderado por governantes sábios – que durante séculos soube se desenvolver preservando suas riquezas. Era afortunado por possuir terras profícuas, de onde se extraía grande variedade de minérios e onde se encontrava a maior biodiversidade de espécies animais e vegetais de Magma. Seu território, geograficamente favorecido, reunia ricos biomas que continham todo o necessário para a sobrevivência e o desenvolvimento do povo.
Seus governantes eram exemplos para outros reinos e impérios em Magma, pois conseguiram construir uma equação bem montada entre o processo de desenvolvimento local, a preservação dos seus preciosos recursos, o uso da ciência e da tecnologia e os interesses políticos e comerciais do Império...
Contudo, há pouco mais de uma década, a tristeza se abateu sobre todos. O desaparecimento da amada imperatriz Valeriana durante o solstício de inverno foi algo inexplicável! Aos vinte e nove anos Valeriana ocupou o trono imperial em virtude da morte de seu pai – o já viúvo imperador Salix Alba – mas governou apenas por três anos, até a data do fatídico solstício. Sem esperanças depois de longas buscas, o povo desolado precisava de um novo governante..."*
(*pequenos trechos foram retirados por conter spoilers)
Livro: A GUERRA VERDE
Páginas:
200
Editora: Daikoku
Contatos coma a autora: aguerraverde@ig.com.br
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