Eu caminhava no
parque e uma jovem mulher sentada num banco escrevia num bloco enquanto olhava de
longe para uma menina linda. Num dado momento ela se levantou, foi até os
brinquedos na areia e se acercou da pequena princesa.
Eu me sentei onde a
jovem estava e fiquei apreciando a paisagem. Depois de certo tempo vi
um papel escrito, embaixo do banco. Era uma folha rosa, como a que a jovem
possuía. Olhei para os brinquedos e tentei encontrá-la, para lhe devolver a folha perdida. Mas ela se
fora e a menininha também.
Fiquei com a folha e a guardei na bolsa.
Talvez amanhã eu veja a jovem novamente por aqui, pensei.
Fui para casa e me
esqueci do fato, mas ao deitar, peguei a bolsa e a folha caiu:
“Desde que te peguei
nos braços pela primeira vez soube que minha vida mudaria. Ou melhor, que você
a mudaria. A cada dia da tua pequena vida eu agradeci a Deus por uma dádiva tão
grande. Uma criança linda e perfeita...
Você ainda não
falava, mas quando acordava, colocava sua mãozinha em minha pálpebra e a puxava
para cima, para que eu acordasse também.
Ficava no meu
colo por mais de uma hora sendo embalada com canções suaves da Sara Brightman e
quando enfim dormia, sorria.
Nunca entendi
seu olhar de bebê para mim... Um olhar profundo, que me dizia que sabia algo
mais... Algo que eu não sabia.
Meu coração vibrava
a cada descoberta tua, a cada rabisco colorido, a cada nova palavra... E quando
os teus bracinhos se elevavam procurando meu abraço, meu sorriso se iluminava.
Lembro-me desses
momentos como se fosse hoje. Desses e de outros tantos da tua tenra infância.
Você foi
crescendo, com a tua alegria e a tua vontade de descobrir o mundo... e eu tive
certeza que o que quer que eu faça nesta vida não será mais importante do que
ser tua mãe.
Talvez um dia
você seja mãe e possa sentir o que sinto...
Por ora, saiba
que meu maior desejo é te ver feliz. Estarei sempre aqui para você. Nas
alegrias e nas tristezas. Hoje, amanhã e quando a pureza da infância não mais
te proteger.
Feliz
aniversário, minha filhinha! Que Deus te cubra de bênçãos neste dia e sempre!
Com infinito amor,
Mamãe.”
Dobrei a folha,
guardei-a na bolsa e fui me deitar. E acho que entendi porque minha mãe dizia
que as mães são, na verdade, anjos protetores enviados pelos céus...
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