11 de mar. de 2012

Princesa


Eu caminhava no parque e uma jovem mulher sentada num banco escrevia num bloco enquanto olhava de longe para uma menina linda. Num dado momento ela se levantou, foi até os brinquedos na areia e se acercou da pequena princesa.
Eu me sentei onde a jovem estava e fiquei apreciando a paisagem. Depois de  certo tempo vi um papel escrito, embaixo do banco. Era uma folha rosa, como a que a jovem possuía. Olhei para os brinquedos e tentei encontrá-la, para lhe devolver a folha perdida. Mas ela se fora e a menininha também.
Fiquei com a folha e a guardei na bolsa. Talvez amanhã eu veja a jovem novamente por aqui, pensei.
Fui para casa e me esqueci do fato, mas ao deitar, peguei a bolsa e a folha caiu:

“Desde que te peguei nos braços pela primeira vez soube que minha vida mudaria. Ou melhor, que você a mudaria. A cada dia da tua pequena vida eu agradeci a Deus por uma dádiva tão grande. Uma criança linda e perfeita...
Você ainda não falava, mas quando acordava, colocava sua mãozinha em minha pálpebra e a puxava para cima, para que eu acordasse também.
Ficava no meu colo por mais de uma hora sendo embalada com canções suaves da Sara Brightman e quando enfim dormia, sorria.
Nunca entendi seu olhar de bebê para mim... Um olhar profundo, que me dizia que sabia algo mais... Algo que eu não sabia.
Meu coração vibrava a cada descoberta tua, a cada rabisco colorido, a cada nova palavra... E quando os teus bracinhos se elevavam procurando meu abraço, meu  sorriso se iluminava.
Lembro-me desses momentos como se fosse hoje. Desses e de outros tantos da tua tenra infância.
Você foi crescendo, com a tua alegria e a tua vontade de descobrir o mundo... e eu tive certeza que o que quer que eu faça nesta vida não será mais importante do que ser tua mãe.
Talvez um dia você seja mãe e possa sentir o que sinto...
Por ora, saiba que meu maior desejo é te ver feliz. Estarei sempre aqui para você. Nas alegrias e nas tristezas. Hoje, amanhã e quando a pureza da infância não mais te proteger.
Feliz aniversário, minha filhinha! Que Deus te cubra de bênçãos neste dia e sempre!
Com infinito amor,
Mamãe.”

Dobrei a folha, guardei-a na bolsa e fui me deitar. E acho que entendi porque minha mãe dizia que as mães são, na verdade, anjos protetores enviados pelos céus... 

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