Nunca
conheci ninguém como Louise.
Eu a vi
pela primeira vez numa rampa de voo livre. Ela não subira até lá para
voar, mas para soltar balões. Conversamos, marcamos um jantar, depois outro e
fomos nos conhecendo. Formávamos um casal interessante. Eu, um executivo
atarefado, ela, uma designer gráfica zen.
Logo desbanquei
o clichê “os opostos se atraem”. A questão não era essa. Louise era alguém por
quem eu desejava me apaixonar havia tempo. Eu buscava uma mulher inteligente,
original, companheira, com humor apurado e equilibrada entre a razão e a
emoção. Louise era tudo isso e muito mais.
Vivemos
as alegrias simples do dia-a-dia; os silêncios de olhares inesquecíveis; as
sessões de cinema em casa com direito a pausa para um bom jantar; os fins de
semana de ócio revigorante...
Os
anos voaram e Louise se tornou meu porto seguro. Com ela me sinto o capitão de
uma nau que não teme águas agitadas. O ponto alto de nossa história foi o
momento em que minha paixão acabou. Sim, porque as naus dos apaixonados não
escapam de enfrentar o grande delta do rio: indiferença, amor ou ódio. E é
nesse ponto que escapamos dos naufrágios. Singrando para o braço certo do
delta, a paixão se acalma e dá espaço ao amor.
Hoje, para comemorar seu dia, vou levá-la para jantar num barco. Para
que o murmúrio das ondas lhe renda homenagens por tão admirável travessia...
08 de março – Dia Internacional da Mulher
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