És veneno sem antídoto, fogo que aquece e destrói,
Calor cruel que agonia, vive em mim, derrete o gelo,
Chama viva que me cega e que arde em desespero,
Lanceta o imo ferido e alcança a alma que dói.
Nasces do nada e te expandes, buscas caminhos escusos,
Percorres as curvas do corpo como água que as mãos não
seguram,
Te alimentas do improvável e te espalhas como um vírus,
Sangras a minha fé frágil e meus sentidos mais puros.
Essência que me inebria e afasta as mãos que a rechaçam,
Papoula linda que encanta, impregna a mente e perfuma,
Que de ópio me embriaga, e àqueles que me abraçam,
Sopro que de mim não se esvai por causa alguma.
Permites o proibido, tentas a alma sofredora.
Que força essa possuis a ponto de me dominar?
Pelejo contigo em vão, pois sei, serei perdedora,
Ou morro se te controlo, ou vivo e irei fraquejar.
Já que me habitas - radicado que estás, sombra telúrica!
E como te invejo, pois és mais bela,
mais ousada e sensual
Do que serei nesta vida em qualquer dia ou noite única.
Morres tu, morro eu, morremos nós dois ao final.
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